Nova fase da matéria desafia mecânica estatística e entusiasma computação quântica
Redação do Blog GIT - 30/09/2024
A ciência sempre encontra novos caminhos para desafiar o que consideramos “definido” nas leis da física. Dessa vez, físicos da Universidade de Cambridge descobriram uma nova fase da matéria, que está mudando a forma como entendemos o comportamento dos sistemas quânticos e criando um grande entusiasmo no campo da computação quântica.
Eles criaram um vidro de Bose 2D, uma forma de matéria que foge às regras da mecânica estatística tradicional. Em vez de os átomos interagirem e atingirem um estado de equilíbrio comum — como a mistura uniforme de leite no café —, esses átomos permanecem localizados, não se misturam e mantêm características exclusivas por mais tempo. Esse comportamento não ergódico desafia as noções clássicas de previsibilidade e abre novas portas para tecnologias como qubits em computadores quânticos, uma vez que pode ajudar a proteger informações valiosas por mais tempo.
Desafios para a mecânica estatística
A mecânica estatística sempre foi um alicerce fundamental na física, usada para simplificar o estudo de sistemas com muitas partículas. Em sistemas ergódicos, uma partícula explora todas as possibilidades e “esquece” detalhes de sua trajetória individual, permitindo que os cientistas façam previsões com base apenas na temperatura e em características médias.
No entanto, o vidro de Bose 2D não segue essa regra. Ele não esquece seus detalhes, desafiando a mecânica estatística ao manter a individualidade de cada partícula. Isso significa que os modelos probabilísticos tradicionais não são capazes de explicar seu comportamento, o que intriga cientistas e abre portas para novas formas de entender a matéria.
O impacto na computação quântica
O maior entusiasmo em torno dessa descoberta vem do impacto potencial que esse novo estado da matéria pode ter na computação quântica. A computação quântica, uma das grandes promessas da ciência moderna, depende de qubits que são extremamente sensíveis a influências externas. Quando expostos ao ambiente, esses qubits tendem a perder informações rapidamente, o que prejudica a eficácia dos computadores quânticos.
Com o vidro de Bose 2D, os cientistas acreditam que poderão criar sistemas onde as informações quânticas sejam preservadas por mais tempo, pois as partículas não interagem com o ambiente de maneira típica. Isso poderia resolver um dos maiores problemas enfrentados atualmente, chamado decoerência quântica, que faz com que os dados se percam.
Como a nova fase da matéria foi criada
A equipe de Cambridge utilizou feixes de laser para criar um padrão quasiperiódico – ordenado, mas sem repetição regular. Ao resfriar átomos a temperaturas extremamente baixas (próximas ao zero absoluto), eles formaram o vidro de Bose. O mais fascinante foi observar a transição da matéria de vidro de Bose para um superfluido, um material que flui sem resistência, de maneira muito semelhante ao derretimento de gelo em água. Isso destaca o quão ricas e complexas essas fases da matéria podem ser.
Aplicações práticas
Esse novo material pode ser um passo significativo para melhorar a estabilidade de sistemas quânticos. Além de possibilitar computadores quânticos mais eficientes, ele oferece oportunidades para estudar a física de materiais complexos e suas dinâmicas de uma maneira inédita.
- Vidro de Bose: Uma fase não ergódica da matéria que mantém informações.
- Mecânica estatística: Desafiada por esse material, que não segue as previsões clássicas.
- Computação quântica: Potencial para resolver o problema de decoerência em qubits.
- Transição de fase: O vidro de Bose pode se transformar em um superfluido, um material que flui sem resistência.
- Superfluidez: Uma propriedade relacionada à supercondutividade, outro estado exótico da matéria que pode ser explorado para diversas aplicações.
Destaques:
- Inovações revolucionárias: O vidro de Bose 2D abre portas para a física quântica e computação.
- Desafios à física tradicional: A mecânica estatística, um pilar da física, é desafiada por essa nova fase.
- Potencial para computação quântica: Essa descoberta pode solucionar o problema da perda de dados em qubits.
Bullet Points:
- Nova fase da matéria chamada vidro de Bose 2D.
- Desafia a mecânica estatística por ser não ergódico.
- Pode preservar dados quânticos por mais tempo.
- Descoberta potencialmente revolucionária para a computação quântica.
- Utilização de feixes de laser e átomos resfriados perto do zero absoluto.
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Bibliografia: Artigo: Observing the two-dimensional Bose glass in an optical quasicrystal Autores: Jr-Chiun Yu, Shaurya Bhave, Lee Reeve, Bo Song, Ulrich Schneider Revista: Nature DOI: 10.1038/s41586-024-07875-2
Essa descoberta tem o potencial de mudar profundamente nossa forma de trabalhar com informações quânticas e promete avanços incríveis na computação quântica, preparando o terreno para futuras inovações tecnológicas.
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