Pacífico registra anomalias de La Niña pela primeira vez em 2024
Por: Grandes Inovações Tecnológicas
28/09/2024
Pela primeira vez em 2024, as águas do Pacífico Equatorial Centro-Leste registram temperaturas típicas de La Niña, um fenômeno climático de grande impacto global. Os dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) apontam que a anomalia de temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4 está em -0,5°C, o limite inferior para a classificação de La Niña. Este valor foi alcançado após semanas de flutuações, marcando o início de um possível episódio do fenômeno, ainda que a sua confirmação definitiva dependa de mais algumas semanas de monitoramento.
O que isso significa?
Este registro não implica que um evento completo de La Niña já tenha começado, mas a NOAA projeta uma alta probabilidade de que ele se instale ainda nesta primavera. De acordo com as estimativas, há mais de 80% de chance de que o fenômeno se declare entre outubro e novembro, influenciando o clima global até o verão de 2025. A MetSul Meteorologia, por sua vez, pondera que, no curto prazo, a tendência é de neutralidade climática, com o possível episódio de La Niña sendo fraco e de curta duração.
Impactos no Brasil e no mundo
A La Niña é caracterizada por temperaturas abaixo do normal na superfície do Pacífico Equatorial Central e Oriental. Quando esse fenômeno se instala, há uma alteração significativa nos padrões de vento, temperatura e precipitação ao redor do globo. Em 2020-2023, por exemplo, o Sul do Brasil enfrentou uma severa estiagem, que também atingiu Argentina, Uruguai e Paraguai, desencadeando uma crise hídrica sem precedentes.
No Brasil, os impactos são distintos de acordo com a região. Veja os principais efeitos:
- Sul do Brasil: redução nas chuvas, aumentando o risco de estiagens prolongadas e ondas de calor no verão.
- Norte e Nordeste: aumento das chuvas, potencializando enchentes e inundações.
- Centro-Oeste: oscilações climáticas que podem agravar a estiagem em áreas como Mato Grosso do Sul.
Globalmente, a La Niña tende a reduzir a temperatura média do planeta, mas mesmo assim, o aumento recente nas temperaturas globais tem sido tão significativo que, mesmo durante um forte evento de La Niña, as médias atuais são mais altas do que em episódios de El Niño décadas atrás.
Projeções da NOAA para os próximos meses
A NOAA divulgou uma projeção detalhada para os próximos trimestres, confirmando a expectativa de um evento de La Niña em fase inicial entre outubro e novembro de 2024. A tabela abaixo resume as chances de La Niña para os próximos meses:
- Setembro a Novembro: 71% de chance de La Niña
- Outubro a Dezembro: 81% de chance
- Novembro a Janeiro: 83% de chance
Essa sequência de probabilidades confirma que estamos em um momento crítico de observação, com a La Niña possivelmente atingindo seu pico de intensidade no final de 2024 e início de 2025, antes de perder força no final do verão.
E o futuro?
A grande pergunta que paira no ar é: o que podemos esperar com a chegada da La Niña? Cientistas ao redor do mundo estão preocupados com os efeitos do fenômeno em um contexto de aquecimento global acelerado. O planeta tem aquecido tão rapidamente que, mesmo com o efeito resfriador de La Niña, as temperaturas continuam acima do que seria considerado “normal” há algumas décadas.
Enquanto isso, populações rurais no Sul do Brasil, já traumatizadas pela seca dos últimos anos, se preparam para mais uma possível temporada de estiagem. Agricultores, como os da região de Uruguaiana, que perderam safras inteiras em 2022, estão ansiosos e vigilantes. "Não sei como vamos passar por mais uma estiagem", desabafa José, 58 anos, agricultor de soja.
Destaques:
- Primeira vez em 2024 que o Pacífico Equatorial Centro-Leste registra anomalia de La Niña.
- NOAA projeta 80% de chance de instalação do fenômeno na primavera.
- Impactos esperados no Sul do Brasil incluem estiagem e calor extremo.
- La Niña tende a atingir seu pico entre o fim de 2024 e início de 2025.
Principais Tags:
La Niña, Pacífico, NOAA, mudanças climáticas, Brasil, estiagem, clima global, MetSul, previsão do tempo
Créditos:
Conteúdo original por METSUL.COM
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