A Conservação Ambiental Também é Azul: O Oceano em Foco


A educação, seja formal ou informal, é uma das principais ferramentas para transformar a nossa relação com o oceano. Utilizando metodologias adaptadas a diferentes públicos e conteúdos acessíveis, podemos promover uma conexão mais profunda com o ambiente marinho, estimulando uma mudança de comportamento que impacta positivamente na saúde do oceano. E essa mudança é urgente, porque a Década do Oceano já começou, e precisamos agir.

Quando falamos de conservação da natureza, as imagens que surgem geralmente remetem a florestas tropicais ou verdes paisagens terrestres. Contudo, o oceano, que cobre 70% do nosso planeta, é tão essencial quanto qualquer floresta. Ele é fonte de vida, responsável pela regulação climática, pela produção de alimentos e por gerar 50% do oxigênio que respiramos. Mas a sua saúde está comprometida. A cada ano, os impactos da poluição, das mudanças climáticas e da pesca excessiva deixam marcas profundas nos ecossistemas marinhos, e as consequências são visíveis: aquecimento das águas, acidificação dos oceanos e perda irreparável de biodiversidade.

Destaques:

  • Cobrindo cerca de 70% da Terra, o oceano produz metade do oxigênio que respiramos.
  • Alterações climáticas, poluição e pesca excessiva estão colocando em risco a saúde dos oceanos.
  • A falta de compreensão sobre a importância dos mares é um grande desafio para a proteção marinha.

Cultura Oceânica: Educação para Preservação

Foi com esse entendimento que, em 2017, as Nações Unidas criaram o conceito de cultura oceânica, que busca ampliar a compreensão coletiva sobre a relevância dos mares para a humanidade. A ideia é que, ao reconhecer a importância do oceano, cada indivíduo se sinta motivado a agir em prol da sua preservação.

Esse movimento é fundamental para que a sociedade, de maneira geral, possa incorporar o cuidado com os mares nas suas decisões diárias. Não é necessário estar à beira-mar para proteger os oceanos: nossas ações, onde quer que estejamos, têm impacto direto sobre o equilíbrio marinho.

A pesquisa da Fundação Grupo Boticário, em parceria com a UNESCO e a Unifesp, revelou que apenas 34% dos brasileiros entendem que suas ações impactam diretamente o oceano, mesmo que 75% vá à praia ao menos uma vez por ano. Isso demonstra a necessidade urgente de educação e conscientização sobre a relação intrínseca entre nossas escolhas e a saúde do oceano.

Educação Oceânica nas Escolas

A educação formal pode e deve ser um caminho para essa transformação. Um exemplo é o projeto Escola Azul, que integra 20 países do Atlântico e mais de 600 escolas comprometidas com a inserção da educação oceânica nos currículos. No Brasil, 320 escolas de 20 estados já aderiram à iniciativa.
  • 320 escolas brasileiras já adotaram a educação oceânica.
  • Santos foi o primeiro município no mundo a incluir o tema no currículo escolar.
  • O projeto Escola Azul reúne mais de 600 escolas e envolve 4.500 professores.

Outro esforço relevante é o Dia Mundial do Oceano para as Escolas, que trabalha com 8.000 instituições em 76 países para conscientizar jovens sobre a importância dos mares. Essas iniciativas mostram que, mesmo em regiões distantes da costa, é possível aprender sobre o oceano e compreender como nossas escolhas impactam o equilíbrio dos ecossistemas marinhos.


Tabela: Exemplos de Ações para Conscientização

IniciativaPaíses EnvolvidosImpacto
Projeto Escola Azul20 países600 escolas e 200 mil estudantes
Dia Mundial do Oceano para as Escolas76 países8.000 escolas participantes
Conexão OceanoBrasilBolsas para jornalistas e incentivo à educação oceânica

Comunicação e Cultura Oceânica: Conectando Pessoas

Além da educação, a comunicação é outro pilar fundamental na disseminação da cultura oceânica. A Fundação Calouste Gulbenkian, por exemplo, investe há mais de uma década em estratégias de comunicação para tornar as questões oceânicas mais acessíveis ao público. A série da BBC, “What the Ocean Reveals About Us”, destaca a profunda conexão entre os humanos e o oceano, usando histórias pessoais para sensibilizar e educar.

Essas narrativas são fundamentais para que as pessoas se sintam parte da solução. A falta de compreensão sobre a importância dos mares é uma das barreiras mais significativas na luta pela conservação. Ao se conectarem emocionalmente com o problema, as pessoas se tornam mais propensas a agir.


A Década do Oceano: Um Chamado para Todos

A ONU declarou o período de 2021 a 2030 como a Década do Oceano, um esforço global para incentivar a preservação dos mares e a gestão sustentável dos recursos marinhos. A Fundação Grupo Boticário lançou a iniciativa Conexão Oceano, que oferece bolsas para jornalistas e estimula a produção de conteúdos sobre a importância dos oceanos, buscando aproximar essa questão do cotidiano das pessoas.

Seja por meio da educação formal, da comunicação ou da pesquisa científica, precisamos acelerar os esforços para conservar o oceano. A ciência é clara, mas só será efetiva se todos nós, como sociedade global, reconhecermos a importância vital dos mares. Precisamos promover uma cultura oceânica que envolva governos, empresas, investidores e cidadãos em ações concretas que preservem o oceano e garantam um futuro saudável para o planeta.

Bullet Points de Ações Prioritárias:

  • Promover a educação oceânica em escolas de todo o mundo.
  • Incentivar a comunicação clara e acessível sobre os mares para todos os públicos.
  • Apoiar projetos de preservação marinha e criação de políticas públicas que reconheçam a importância dos oceanos.

Tabela: Objetivos para a Década do Oceano (2021-2030)

ObjetivoMeta
Educação Oceânica Global1 milhão de estudantes impactados
Conscientização Pública70% da população mundial informada sobre os desafios oceânicos
Políticas PúblicasIntegração dos oceanos nas políticas climáticas globais

Créditos e Direitos Autorais:

  • Texto: Fabiano Cortez Prometi
  • Imagem: Criada com o uso de inteligência artificial DALL-E, OpenAI
  • Fontes de Pesquisa: Fundação Grupo Boticário, UNESCO, Universidade Federal de São Paulo, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do ABC, Fundação Calouste Gulbenkian, ONU

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