Pular para o conteúdo principal

Destaques

Computação Óptica Paralela: A Nova Era da Velocidade e Eficiência na Revolução Digital

Computação Óptica Paralela: A Nova Era da Velocidade e Eficiência na Revolução Digital O Fim dos Limites da Computação Tradicional A computação eletrônica, baseada no fluxo de elétrons em circuitos de silício, impulsionou o desenvolvimento tecnológico das últimas décadas. No entanto, com a saturação dos ganhos previstos pela Lei de Moore e o aumento exponencial da demanda por processamento em inteligência artificial, big data e simulações científicas, o setor enfrenta gargalos físicos e energéticos quase intransponíveis 1 2 . Surge, então, uma alternativa disruptiva: a computação óptica, que substitui elétrons por fótons e promete romper as barreiras de velocidade, paralelismo e eficiência energética. Da Teoria à Prática: A Gênese e Evolução da Computação Óptica A ideia de usar luz para processar informações não é nova. Desde os anos 1960, pesquisadores investigam circuitos lógicos baseados em fótons, mas apenas nas últimas décadas avanços em materiais, fabricação e integração permitir...

A Origem da Esquerda e da Direita e a Contradição da Consciência de Classe

A Origem da Esquerda e da Direita e a Contradição da Consciência de Classe

Origens históricas dos termos “esquerda” e “direita”

Os rótulos “esquerda” e “direita” surgiram durante a Revolução Francesa de 1789, com base na disposição física dos deputados na Assembleia Nacional. Na primeira sessão constituinte daquele ano, os deputados que apoiavam mudanças radicais e maior igualdade sentavam-se à esquerda do presidente, enquanto os conservadores monarquistas ocupavam os assentos à direitahistory.comen.wikipedia.org. Esse arranjo perdurou pela década de 1790, e jornais da época passaram a chamar os reformistas de “progressistas” ou de “esquerda” e os tradicionalistas de “direita”history.comhistory.com. Com o tempo, esses termos fixaram-se no vocabulário político francês e se espalharam pelo mundo no século XIX. Em suma, origem remonta ao “partido do movimento” (esquerda) versus “partido da ordem” (direita) na França de 1789en.wikipedia.orghistory.com.

Ideologias de esquerda e de direita

Desde então, “esquerda” e “direita” passaram a simbolizar tradições ideológicas distintas. A esquerda política agrupa ideologias comprometidas com a igualdade social e o igualitarismoen.wikipedia.org. Em oposição à hierarquia, propostas de esquerda geralmente defendem políticas redistributivas, ampliação de direitos sociais e reformas que promovam maior justiça econômicaen.wikipedia.org. Por outro lado, a direita política enxerga as desigualdades sociais como algo natural ou até desejável. Conforme descrito num manual de ciências políticas, alguém de direita tende a ver a estratificação social como normal ou inevitável, justificando-a por tradições culturais ou leis de mercadotutor2u.net. Em outras palavras, a direita valoriza hierarquias estabelecidas – a ordem, a propriedade privada e as instituições tradicionais – como fundamentais para o funcionamento da sociedadeen.wikipedia.orgtutor2u.net.

  • Esquerda: busca igualdade social e redução de hierarquiasen.wikipedia.org.

  • Direita: vê a hierarquia e a desigualdade como naturais, defendendo tradições ou mecanismo de mercado para justificá-lastutor2u.net.

Essas definições ideológicas apontam para uma dicotomia básica: a esquerda costuma ser associada à defesa dos interesses das classes trabalhadoras e populares, enquanto a direita tende a proteger os privilégios da classe dominante – a burguesia, proprietária dos meios de produçãoen.wikipedia.orgtutor2u.net.

Classe trabalhadora, burguesia e ideologia

Na teoria marxista clássica, a sociedade capitalista é estruturada por uma luta de classes: a burguesia explora o proletariado. Como resume um texto didático, “uma classe (a burguesia) explorava outra classe (o proletariado)” na economia capitalistabrasilescola.uol.com.br. A burguesia, surgida como classe dominante na industrialização, é associada ao controle do capital e dos meios de produçãoen.wikipedia.orgbrasilescola.uol.com.br. Segundo a análise marxista, seus interesses estão em manter a propriedade privada e as desigualdades que a sustentam. Em contraste, o proletariado – os trabalhadores assalariados – depende apenas de sua força de trabalho e é, por isso mesmo, a classe que mais se beneficiaria da igualdade econômica.

Nesse contexto, a ideologia (o conjunto de crenças e valores dominantes) funciona, segundo Marx e sucessores, como uma falsa consciência. Ou seja, os trabalhadores podem internalizar crenças que ocultam a origem de sua exploraçãoperiodicos.ufsc.br. Essa “consciência invertida” ocorre quando o operário acredita em narrativas que favorecem os poderosos em vez de reconhecer que suas dificuldades vêm de um processo histórico de dominação econômicaperiodicos.ufsc.brbrasilescola.uol.com.br. Para entender: a ideologia dominante tenta naturalizar as vantagens da classe rica, fazendo parecer natural que poucos detenham os recursos enquanto a maioria labuta em troca de salários baixos. Desse modo, a base trabalhadora poderia, em tese, defender interesses contrários aos próprios – fenômeno que Marx chamou de falsa consciênciaperiodicos.ufsc.br.

Por que trabalhadores se alinham à direita

Curiosamente, observamos que muitos trabalhadores modernos apoiam partidos de direita ou líderes conservadores, mesmo quando isso contradiz seus interesses materiais. Essa contradição é tema de debate tanto na academia quanto na imprensa. Uma explicação clássica (e simplista) é a “falsa consciência” marxista: os trabalhadores seriam enganados pelo discurso dominante. Thomas Frank, por exemplo, descreveu como republicanos nos EUA divertiram-se atraindo eleitores pobres com “guerra cultural” e promete de valores tradicionaisdissentmagazine.orgdissentmagazine.org. Segundo Frank, as rádios conservadoras e mídias afins canalizam a ira dos trabalhadores não contra as corporações que exploram seu trabalho, mas contra uma suposta “elite liberal” cultural. Assim, libertinos de Nova York (e não os empresários de Wall Street) viram-se como bodes expiatórios para as mazelas sociaisdissentmagazine.org. Esse tipo de apelo distrai o trabalhador das pautas econômicas: ele acaba culpando imigração, direitos civis ou mudança de costumes pela estagnação salarial, em vez de empresas ou políticos ricosdissentmagazine.orgdissentmagazine.org.

Estudos empíricos confirmam que a maioria da classe trabalhadora já votava em partidos de direita mesmo em períodos de pleno emprego e expansão social. Nos EUA das décadas de 1960-70, por exemplo, a chamada working class white passou a apoiar massivamente os republicanoseconomicliberties.us. Isso ocorreu apesar dos republicanos terem cortado impostos para os ricos e dado fim a vários programas sociais. Como observado, os salários não subiram, a desigualdade cresceu e, no entanto, muitos operários continuaram elegendo líderes que favoreciam interesses corporativoseconomicliberties.us. Ao invés de programas sociais, esses eleitores escolheram punir a “Grande Sociedade” de Johnson – iniciativa destinada a ajudar os pobres e minorias – por motivos principalmente culturais e identitárioseconomicliberties.us.

No Brasil contemporâneo também vemos fenômeno similar. Pesquisas ideológicas apontam que, desde a redemocratização de 1988, uma maioria relativa do eleitorado tem se posicionado à direita no espectro políticoscielo.br. Em 2018, Jair Bolsonaro reuniu cerca de 45% dos votos no segundo turno, reação radical do conservadorismo após um período de aparente despolarização políticascielo.br. Analistas do país notam que muitos eleitores pobres engrossaram filas de candidatos direitistas não por alienação simples, mas por questões culturais e aspiracionais. Por exemplo, o colunista Carlos Pereira observa que grande parte dos “eleitores pobres” frequenta igrejas evangélicas e cultiva o sonho de ascensão por trabalho próprio: querem crer que o esforço individual e o mérito lhes permitirão melhorar de vidaestadao.com.br. Segundo ele, a esquerda tradicional ofereceu a esses eleitores uma combinação de empregos formais e programas sociais, mas carregados de tributos crescentesestadao.com.br. Muitos concluíram que “mais carga tributária não trará um futuro melhor para eles nem para seus filhos”estadao.com.br. Em outras palavras, embora desgostem de desigualdades, esses trabalhadores enxergam a direita como promessa de maior oportunidade individual, em vez das reformas econômicas coletivas propostas pela esquerdaestadao.com.brestadao.com.br.

  • Falsa Consciência e Apelo Cultural: A teoria marxista explica que trabalhadores podem internalizar visões favoráveis aos patrões (falsa consciência)periodicos.ufsc.brdissentmagazine.org. Na prática, partidos de direita canalizam a insatisfação dos assalariados para temas identitários e antielitismo cultural, desviando a atenção do conflito de classes realdissentmagazine.orgdissentmagazine.org.

  • Exemplos Contemporâneos: Pesquisas eleitorais mostram que amplas parcelas da classe operária votam contra seu interesse econômico. Nos EUA, trabalhadores pobres continuaram elegendo líderes republicanos nos anos 2000, mesmo com cortes de direitos laborais e aumento de desigualdadeeconomicliberties.us. No Brasil, Datafolha registra há décadas posição majoritária à direita, e analistas destacam que eleitores de baixa renda muitas vezes priorizam o sonho de progresso pessoal sobre propostas redistributivasscielo.brestadao.com.br.

Conclusão 

Historicamente, a essência da luta operária está a serviço da igualdade, o que as origens do termo “esquerda” ilustram. O trabalhador, que não detém meios de produção, tem interesse material em políticas que reduzam desigualdadesen.wikipedia.orgbrasilescola.uol.com.br. Em contrapartida, “pessoas da direita” tipicamente pertencem ou aspiram às classes privilegiadas; afinal, como assinala a historiografia, “burguesia” tornou-se sinônimo da classe dominante capitalistaen.wikipedia.org. Assim, só nascer na elite social dá familiaridade com a ideologia de direita – preservadora da propriedade privada e da hierarquiatutor2u.neten.wikipedia.org. Por outro lado, cada trabalhador nasce sem capital e sofre sua exploração, o que o situa naturalmente na defesa de ideais igualitários (de esquerda).

Nos dias atuais, a aparente atração do trabalhador por candidatos conservadores não muda essa dinâmica de classe. Ela evidencia, sim, que a esquerda precisa renovar sua retórica e reconectar-se às aspirações reais do povo. Em suma, todos os dados históricos e as análises contemporâneas apontam para uma conclusão: o interesse de classe do proletariado está alinhado à esquerda, mesmo quando vieses culturais os levem a crer o contrárioen.wikipedia.orgbrasilescola.uol.com.br. A tarefa da esquerda editorial e política, portanto, é desvelar essas ilusões e oferecer caminhos concretos de melhora material, sem descartar os valores sociais que sempre estiveram no cerne de sua identidade.

Fontes: Artigos acadêmicos e de imprensa especializada sobre a Revolução Francesa e o espectro políticohistory.comen.wikipedia.org; dicionários de ideologiaen.wikipedia.orgtutor2u.neten.wikipedia.org; estudos marxistas sobre classe e falsa consciênciaperiodicos.ufsc.brbrasilescola.uol.com.br; análises contemporâneas sobre voto de trabalhadores nos EUA e Brasildissentmagazine.orgeconomicliberties.usscielo.brestadao.com.br.

Comentários