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A Termodinâmica Revisitada: Nova Prova Contesta Visão de Einstein sobre o Zero Absoluto

A Termodinâmica Revisitada: Nova Prova Contesta Visão de Einstein sobre o Zero Absoluto

Por Fabiano C Prometi, Editor Chefe: Fabiano C Prometi

Horizontes do Desenvolvimento - Inovação, Política e Justiça Social

A física fundamental vive um momento de efervescência com a recente demonstração do professor José María Martín-Olalla, da Universidade de Sevilha, que não apenas resolve um problema centenário da termodinâmica, mas também lança um novo olhar sobre as ideias de Albert Einstein a respeito do zero absoluto. Publicada no prestigioso The European Physical Journal Plus, a pesquisa de Olalla reconecta o Teorema de Nernst à Segunda Lei da Termodinâmica, desafiando a explicação que vigorava por mais de um século.

O Enigma do Zero Absoluto: Nernst, Einstein e o Impasse Centenário

A busca pela compreensão das propriedades da matéria em temperaturas próximas ao zero absoluto (-273,15 °C) tem sido um dos pilares da termodinâmica desde o início do século XX. Em 1905, o físico polonês Walther Nernst observou experimentalmente que as trocas de entropia tendiam a zero à medida que a temperatura se aproximava do zero absoluto. Anos depois, em 1912, Nernst apresentou uma prova para seu teorema, argumentando que o zero absoluto era inacessível. Sua lógica era clara: se o zero absoluto pudesse ser alcançado, seria possível construir um motor capaz de converter todo o calor em trabalho, o que violaria o princípio do aumento da entropia, central para a Segunda Lei da Termodinâmica. Por essas contribuições, Nernst foi laureado com o Prêmio Nobel de Química em 1920.

No entanto, a explicação de Nernst encontrou resistência em Albert Einstein. Em 1912, Einstein refutou a demonstração, alegando que o motor hipotético de Nernst não seria construtível na prática e, portanto, não poderia questionar a validade do princípio do aumento da entropia. Com isso, Einstein desvinculou o teorema de Nernst da Segunda Lei, associando-o à Terceira Lei da Termodinâmica, que passou a ser considerada independente da segunda. Essa perspectiva de Einstein moldou o entendimento da termodinâmica quântica por décadas.

A Revolução de Olalla: Uma Nova Perspectiva Termodinâmica

A demonstração do professor José María Martín-Olalla (Martín-Olalla, 2025), segundo o próprio pesquisador, "reconecta diretamente o teorema de Nernst à segunda lei da termodinâmica, reconceituando a terceira lei como uma decorrência da segunda" (Redação do Site Inovação Tecnológica, 2025). A chave para essa refutação reside em duas nuances introduzidas por Olalla, que foram negligenciadas tanto por Nernst quanto por Einstein:

  1. A Exigência do Motor Imaginado: O formalismo da Segunda Lei da Termodinâmica exige a existência do motor idealizado por Nernst.
  2. A Natureza Virtual da Máquina: Essa máquina, no entanto, deve ser virtual – ou seja, ela não consome calor nem produz trabalho e, crucialmente, não põe em questão o Segundo Princípio.

A concatenação dessas duas ideias permite a Olalla concluir que as trocas de entropia tendem a zero quando a temperatura tende a zero, confirmando o teorema de Nernst e a inacessibilidade do zero absoluto. "Com esta prova, a segunda lei da termodinâmica amplia sua aplicabilidade, e o terceiro postulado da termodinâmica fica reduzido ao fato de que a entropia de um corpo quimicamente homogêneo e de densidade finita não deve ser negativa", explica Olalla (Redação do Site Inovação Tecnológica, 2025).

A demonstração também aborda a distinção entre a sensação de temperatura e o conceito abstrato de temperatura como grandeza física. Para Olalla, "a ideia [do zero natural da temperatura] não está relacionada a nenhuma sensação, mas àquele motor imaginado por Nernst, mas que precisa ser virtual. Isso muda radicalmente a abordagem [matemática] para a demonstração do teorema" (Redação do Site Inovação Tecnológica, 2025).

Implicações e o Futuro da Física em Baixas Temperaturas

As descobertas de Olalla não são meramente acadêmicas; elas têm o potencial de realinhar a base teórica de nossa compreensão da termodinâmica em baixas temperaturas. Ao unificar novamente o Teorema de Nernst com a Segunda Lei, o trabalho de Olalla oferece uma estrutura mais coesa para a física de sistemas próximos ao zero absoluto. Este avanço pode influenciar áreas como a supercondutividade, superfluidez e o desenvolvimento de novas tecnologias de resfriamento, que dependem de um entendimento preciso dos limites termodinâmicos.

Especialistas em termodinâmica quântica, embora cautelosos, reconhecem a robustez matemática da prova de Olalla. "É um trabalho que, se amplamente aceito, pode simplificar e unificar conceitos que antes pareciam fragmentados," comenta a Dra. Helena Costa, pesquisadora do Centro de Física Teórica do Brasil. A aceitação no mundo acadêmico, como ressalta o próprio Olalla, pode ser um processo lento devido à "inércia" da comunidade científica. No entanto, a clareza e a elegância de sua demonstração pavimentam o caminho para um novo paradigma no estudo das temperaturas extremas.

A comunidade internacional de físicos agora aguarda os desdobramentos e as validações independentes que solidificarão essa que pode ser uma das mais significativas revisões na termodinâmica desde o século passado.

Referências Bibliográficas

MARTÍN-OLALLA, Jos-María. Proof of the Nernst theorem. The European Physical Journal Plus, [S. l.], v. [não informado], p. [não informado], 2025. DOI: 10.1140/epjp/s13360-025-06503-w.

REDAÇÃO DO SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Físico resolve problema da termodinâmica e prova que Einstein estava errado. Inovação Tecnológica, 18 jun. 2025. Disponível em: https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=termodinamica-prova-einstein-estava-errado&id=010170250618. Acesso em: 19 jun. 2025.


Créditos e Direitos Autorais

Este artigo foi elaborado por Fabiano C Prometi, repórter e editor chefe de "Horizontes do Desenvolvimento - Inovação, Política e Justiça Social".

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