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Detectada! Astrônomos Encontram a Molécula Primordial do Universo, Resolvendo um Dilema Cósmico de Décadas
Detectada! Astrônomos Encontram a Molécula Primordial do Universo, Resolvendo um Dilema Cósmico de Décadas
Após uma busca que se estendeu por gerações, cientistas finalmente confirmam a existência do íon hidreto de hélio (HeH+) no espaço. A descoberta, realizada com o observatório aéreo SOFIA, valida modelos teóricos sobre o início da química cósmica, 100.000 anos após o Big Bang.
Repórter: Fabiano C. Prometi Editor-Chefe: Fabiano C. Prometi
5 de agosto de 2025 - Em um marco para a astrofísica e a química, uma equipe internacional de cientistas anunciou a primeira detecção inequívoca da molécula mais antiga do universo, o íon hidreto de hélio (HeH+). Prevista teoricamente há quase um século e caçada no cosmos por décadas, sua descoberta preenche uma lacuna fundamental em nossa compreensão de como a matéria evoluiu de átomos simples para a complexa arquitetura química que vemos hoje.
Publicada na prestigiada revista Nature, a pesquisa não apenas confirma a existência da molécula no espaço interestelar, mas também reafirma a notável precisão dos modelos que descrevem o universo em sua infância. ⚛️
A Gênese da Química: O Nascimento da Primeira Molécula
Para entender a importância desta descoberta, precisamos voltar no tempo, para cerca de 13,8 bilhões de anos atrás. Nos primeiros 100.000 anos após o Big Bang, o universo era uma sopa superaquecida e densa, composta quase exclusivamente por hidrogênio, hélio e um pouco de lítio, todos na forma de íons (átomos sem seus elétrons).
À medida que o cosmos se expandia e esfriava abaixo de 4.000 graus Celsius, os elétrons começaram a se combinar com os íons. O hélio, por ter uma maior afinidade por elétrons, foi o primeiro a se tornar um átomo neutro. Foi nesse ambiente, livre de metais e poeira, que a primeira ligação química se tornou possível: o átomo de hélio neutro reagiu com um próton (um íon de hidrogênio), formando o íon hidreto de hélio, ou HeH+.
"Foi o começo da química", afirma David Neufeld, professor da Universidade Johns Hopkins e coautor do estudo, em uma citação que ressoa pela comunidade científica. "A formação do HeH+ foi o primeiro passo em um caminho de crescente complexidade no universo, que eventualmente levaria à formação do hidrogênio molecular (H₂), o principal combustível das primeiras estrelas." ✨
Análise Técnica: O Desafio de uma Caçada Cósmica
Apesar de sua importância teórica e de ter sido sintetizada em laboratório em 1925, encontrar o HeH+ em seu "habitat natural" provou ser uma tarefa hercúlea. O problema reside na própria Terra. A molécula de HeH+ emite sua assinatura espectral característica em um comprimento de onda específico no infravermelho distante (149,1 micrômetros), que é fortemente absorvido pelo vapor de água na atmosfera terrestre, tornando-a invisível para telescópios no solo.
A solução exigiu uma inovação tecnológica audaciosa: levar o observatório para cima da maior parte da atmosfera. A resposta foi o SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy), um projeto conjunto da NASA e do Centro Aeroespacial Alemão (DLR). O SOFIA é um avião Boeing 747SP modificado para carregar um telescópio de 2,7 metros de diâmetro a altitudes de cruzeiro de até 14.000 metros.
Voando acima de 99% do vapor d'água atmosférico, e equipado com o espectrômetro de alta resolução GREAT (German Receiver at Terahertz Frequencies), a equipe finalmente tinha a ferramenta certa para a caçada.
"A falta de provas definitivas de sua própria existência no espaço interestelar tem sido um dilema para a astronomia por um longo tempo", comentou Rolf Güsten, do Instituto Max Planck de Radioastronomia e principal autor do estudo. "Ter tido sucesso agora é um final feliz para uma busca de décadas."
A detecção ocorreu na nebulosa planetária NGC 7027, a cerca de 3.000 anos-luz de distância, na constelação do Cisne. As condições nesta nebulosa, um remanescente de uma estrela semelhante ao Sol, são análogas às do universo primitivo, fornecendo o ambiente ideal para a formação do HeH+.
Implicações Futuras: Validando o Passado para Entender o Futuro
A confirmação da existência do HeH+ no espaço interestelar tem implicações profundas. Primeiramente, ela valida os modelos químicos do universo primordial, dando aos cientistas maior confiança em suas teorias sobre como as primeiras estrelas e galáxias se formaram. A molécula é um "elo perdido" que conecta a nucleossíntese do Big Bang com a complexa química que se seguiu.
Além disso, a descoberta é uma prova do poder da inovação tecnológica e da colaboração internacional na superação de barreiras científicas. O sucesso do SOFIA abre novas janelas para a observação do universo no espectro infravermelho, prometendo mais descobertas sobre a formação de estrelas, planetas e a origem de moléculas essenciais para a vida. 🌠
Esta reportagem demonstra como a busca por conhecimento fundamental, mesmo sobre uma molécula que existiu há bilhões de anos, impulsiona o desenvolvimento de tecnologias de ponta com impactos diretos em nossa capacidade de explorar o cosmos e, consequentemente, entender nosso próprio lugar nele.
Bibliografia
GÜSTEN, R. et al. Astrophysical detection of the helium hydride ion HeH+. Nature, v. 568, p. 357–359, 17 abr. 2019. Disponível em:
DW. Cientistas alemães detectam a primeira molécula do universo. Deutsche Welle, 18 abr. 2019. Disponível em:
NASA. Universe’s First Type of Molecule Is Found in Space. NASA, 17 abr. 2019. Disponível em:
Créditos e Direitos Autorais
Reportagem: Fabiano C. Prometi
Equipe Editorial: Fabiano C. Prometi
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